Felícia Silva lembrou ainda que «todos os povos têm direito à autodeterminação», sublinhando que esse princípio está consagrado na Carta das Nações Unidas e vincula Portugal. E deixou um recado: «Aos mais pobres, por favor, eu percebo a aflição, mas não se deixem enganar pela manipulação da extrema-direita».
Em declarações mais duras, a organizadora rejeitou a retórica de que quem contesta as ações de Israel em Gaza é anti-semita ou apoiante do Hamas. «Israel é que é o Estado terrorista, em incumprimento de um sem número de leis internacionais. Os terroristas são aqueles que provocam ofensas físicas sérias, destroem outros povos e fazem limpeza étnica, cometem crimes de guerra e crimes contra a humanidade».
E tem «os parceiros certos, nomeadamente os mais cúmplices, os Estados Unidos da América (EUA). É fácil manipular a opinião pública e comprar o silêncio dos outros. Assim se viu como Netanyahu e o seu governo de direita conseguiu destruir a resistência dos países árabes aos seus projetos coloniais».
Segundo a Comissão de Inquérito das Nações Unidas, Israel comete genocídio contra os palestinianos em Gaza, nos termos da Convenção de 1948. Também a Corte Internacional de Justiça aceitou que existe risco plausível de genocídio e ordenou medidas provisórias a Israel. O governo israelita rejeita estas conclusões, afirmando que atua em legítima defesa face ao Hamas.
A flotilha Global Sumud, composta por embarcações de diferentes países, navegava rumo a Gaza quando foi interceptada em águas internacionais pelo exército israelita. Na embarcação portuguesa seguiam Mariana Mortágua, Miguel Duarte e Sofia Aparício.