Casas de apostas no mercado português, governo debate proibições para evitar possíveis problemas causados por comportamentos aditivos.
Segundo o relatório do segundo trimestre de 2021 do SRIJ, o valor obtido pelos casinos online e apostas desportivas foi de 125 milhões de euros, revelando um expressivo aumento de 82% das receitas deste setor, mais 56,3 milhões de euros em relação a 2020. As receitas das apostas desportivas neste período analisado aumentaram 224,5%.
Ainda estávamos em plena pandemia, em 2020, quando surgem novos fatores no mercado de apostas, a Moosh por exemplo é um novo player que vem restruturando o segmento.
Com o crescimento do setor, sites como o Odds Scanner assumem uma importância acrescida, dado que fornecem informação credível e transparente que auxilia os apostadores portugueses a fazerem escolhas eficientes e a não deixarem a sua sorte ao acaso.
Num contexto em que o número de casas de apostas licenciadas está em constante crescimento, a publicidade desempenha um papel crucial para atrair novos clientes. Consequentemente os investimentos em publicidade e marketing no setor dos jogos e apostas em desportivas aumentaram muito nos últimos anos em toda a Europa, nomeadamente em Portugal.
Com base na ampla influência do conteúdo desportivo na sociedade, e pelo facto da indústria das apostas desportivas online ser um setor em rápido crescimento na economia global, há uma maior pressão social para rever o código da publicidade de forma a evitar possíveis problemas causados por comportamentos aditivos.
A preocupação social com investimentos em marketing e publicidade excessivos de produtos de apostas, apesar de não se conseguir correlacionar com os comportamentos problemáticos de jogo, tem originado vários debates políticos e sociais.
As casas de apostas, os órgãos de comunicação social, os reguladores e os consumidores têm de estar em sintonia, sem qualquer dúvida.
Relativamente ao Código da Publicidade, a principal discussão atualmente é a «restrição de publicidade a jogos e apostas, na televisão e na rádio, entre as 7 horas e as 22h30», por ser neste período horário que há maior audiência de crianças e jovens.
Também se debate que a publicidade referente a jogos e apostas desportivas sejam acompanhadas de uma chamada de atenção para os riscos da adição ao jogo.
Outra medida extra de proteção dos grupos mais vulneráveis, e que está neste momento na ordem do dia, é que as casas de apostas devem garantir a disponibilização aos jogadores de mecanismos de autoexclusão.
Por último exige-se uma maior definição do Código da Publicidade relativamente à publicidade na internet, dado que é um canal com elevada afinidade a audiências mais jovens.
As regras criadas no Código da Publicidade relativamente aos jogos de casino e apostas foram têm como objetivo garantir que os anúncios sejam socialmente responsáveis, com atenção especial à necessidade de proteger crianças, jovens menores de 18 anos e outros grupos vulneráveis, de forma a que estes não sejam prejudicados ou explorados por publicidade que os possa induzir a comportamentos de risco.
É normal que se verifique esta revisão do código, dado que a indústria de jogos de azar online é uma indústria em constante aceleração, tendo a sua popularidade sido bastante impulsionada pela Covid-19.
A pandemia veio alterar os hábitos de entretenimento, e tornou o jogo online uma alternativa bastante mais apelativa devido ao confinamento. Mas com este crescimento é necessário garantir que as empresas do setor das apostas e jogos online levem a sua responsabilidade bem a sério.
Por outro lado é fundamental consciencializar os jogadores de que devem vigiar os seus próprios comportamentos, para que o jogo seja algo positivo e saudável e não um vício. Não devemos encarar o jogo como algo fundamental para ganhar dinheiro, mas sim como um entretenimento consciente e que se trouxer lucro, será a cereja no topo do bolo.
Os jogadores não devem deixar o jogo à mercê da sorte, deve sim procurar casas de apostas fidedignas e auto-excluírem-se caso sintam que estão a ter comportamentos aditivos.