Se há alguém que acredita que o mundo é mesmo redondo, essa pessoa será o designer e empresário Bruno Fonseca, 40 anos. Além de (re)conhecido pelo seu trabalho criativo na empresa Triplesky, e também no mundo da moda jovem e alternativa, enquanto criador da marca Repto, Fonseca tem agora uma nova aventura, desde vez no ramo da restauração.
A história é, contudo, conturbada. «No início, aluguei este espaço para ser a sede física da Repto, mas poucas pessoas vinham cá para ver a roupa. Ainda tentei dinamizar o espaço com a venda de croquetes. A minha ideia era fazer uma viagem à volta de Portugal em croquetes de diferentes sabores, inspirados na gastronomia regional», conta. A logística da operação provou ser demasiado complicada e abandonou o projeto. Há cerca de um ano, viajou com a esposa Vânia Guerreiro até Barcelona.
«Vi no tripadviser uma casa de almôndegas muito recomendada. Decidimos lá ir. Era muito pequena e havia filas à porta. Mas era muito bom. Pensámos, porque não tentar fazer isto?». No regresso ao Algarve, Bruno e a esposa, sócia neste projeto, começaram a desenvolver e a testar inúmeras receitas de autor. Ainda tiveram algumas dúvidas até decidir avançar com o conceito. «A maior parte dos nossos amigos acharam arriscado, mas onde está o risco nas almôndegas? O mais engraçado disto é a possibilidade de estarmos sempre a inventar».
Para já, o menu é simples. «Só temos quatro molhos caseiros, feitos ao longo do dia, o da casa que leva um pouco de conhaque, o de tomate, mais tradicional que fica horas a apurar ao lume, o molho de caril que servimos com papadam e, por fim, o molho de cogumelos frescos». Cada almôndega pesa 150 gramas e é suficiente para saciar à refeição. Há de vaca, porco, frango e legumes, e em breve surgirão mais, até de sushi de atum. A casa também quer tirar partido da bola. «Os portugueses têm uma grande afetividade com o futebol. Vamos tentar ao máximo fazer eventos para dias especiais» em que há jogos, na esplanada.
A longo prazo, «gostaria de chegar a um ponto em que pudéssemos fazer disto um franchise. Criar uma marca forte, um produto diferenciador e dar oportunidade às pessoas de terem um restaurante destes. Senão, não valia a pena todo o trabalho» e investimento faseado que já ronda os 100 mil euros. Ainda assim, os preços são acessíveis, uma média de 6,5 euros por pessoa.
O ilustrador Roberto Gomes, da Cauldron tem criado as ilustrações e o imaginário próprio da «Meatbola». «Quando tens uma marca defines um público alvo. O nosso é claramente as famílias. Acho que há poucas marcas a interagir com as crianças. Quero criar uma mascote e mandar fazer um fato. Imagina uma almôndega gigante a andar aí por Faro. É publicidade? É certamente algo que eu queria fazer».
A «Meatbola» serve almoços e jantares e encerra ao domingo.