Uma investigação liderada pela Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) da Universidade do Algarve (UAlg), no âmbito do Projeto Europeu «Play Your Role», apresenta as conclusões importantes sobre a problemática do discurso de ódio online.
O inquérito e os focus group implementados tiveram por base uma amostra de jovens estudantes de ambos os sexos, residentes em Portugal, Itália e Lituânia, com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos.
A amostra permite compreender a relação entre os jovens e os videojogos, a sua percepção da tendência do discurso de ódio online e impactos no quotidiano.
A partir deste estudo foi possível analisar correlações, por exemplo, entre o tempo que os jovens que passam a jogar e a tendência para praticar discurso de ódio e para se tornar vítima desse mesmo discurso.
«A análise quantitativa e qualitativa da investigação permitiu-nos concluir que as horas de jogo não supervisionadas são mais propícias à ocorrência de discurso de ódio” afirmam os investigadores responsáveis pelo projeto, em Portugal, nas conclusões deste estudo.
A investigação mostra, ainda, que existe entre os jovens consciência das consequências do discurso de ódio online para a saúde mental dos jogadores, mas há uma tendência para não encarar com seriedade os insultos racistas e xenófobos entre os jogadores, associando-os à frustração e adrenalina próprias do jogo e encarando-os com normalidade.
Este estudo permitiu também compreender que as empresas, os designers e as plataformas de jogos estão, atualmente, empenhados na contenção de comunidades tóxicas.
As maiores empresas de videojogos europeias e americanas têm reunido esforços para resolver o problema, desenvolvendo ferramentas e iniciativas para controlar e impedir o discurso de ódio.
Este estudo, cujo relatório já está disponível na integra, é a primeira de quatro iniciativas, enquadradas no projeto europeu «Play Your Role» que tem como principal objetivo a prevenção do discurso de ódio nos videojogos.